sábado, junho 12, 2010

Sobre as coisas simples...

"But your lonely nights has just begun when you love someone".
Bryan Adams

Eu queria alguém que me fizesse rir e alguém que risse dos meus trocadilhos bobos só pra não me fazer parecer uma demente sem graça e só porque rir junto é muito bom. Eu queria alguém que não se incomodasse com minha autonomia, meus amigos, minha família e que me amasse com respeito, não com loucura, porque loucura supõe alienação e eu não quero um amor movido sempre pelo inconsciente. Eu queria um compromisso leve, sereno, sem muitos arroubos, sem trilha sonora obrigatória, só se for o caso mesmo. Eu quero um romance leve mas não sem sal, porque sem sal ja basta a minha dieta. E além do mais a etiqueta prega que menos é mais. Eu queria a serenidade não pelo medo do compromisso, mas porque me incomoda tudo que parece forçado e achar que não se consegue viver sem alguém, apesar de ser compreensível pra lógica de uns, pra mim é forçado. Eu queria poder contar com mais alguém além dos amores que já tenho e que me sustentaram a vida toda porque chegará um dia em que eles se voltarão pros seus próprios projetos. Eu queria às vezes ter um braço forte e uma mão amiga (seguindo o lema do exército brasileiro), experienciar aquela cósega na garganta que só acontece quando eu gosto muito de alguém, de uma coisa, de uma sensação. Eu queria reciprocidade, pelo menos uma vez na vida. Era só isso o que eu queria...

sexta-feira, junho 11, 2010

Sobre o destempero

Depois de tanta frustração, depois de uma sucessão de registros equivocados, desistiram. Largaram-me só, como um cão sem dono, num lugar onde eu nunca soube de fato se foi mesmo habitado. Eles não foram fiéis, não tiverem paciência quando a inspiração viajou pra Guatemala, sem aviso prévio, em resposta à minha negligência e não voltou mais. Nem esperaram pra ver se ainda tinha uma gota de bom humor, de ironia, de exagero, de seja lá o que for de forma interessantemente articulada em pelo menos um trecho desgarrado em meio a essas palavras sem sal e destemperadas. A culpa é minha? [Sempre é]. Por que será que a Guatemala é mais interessante que meu cérebro? [porque pelo menos lá há algo de interessante pra conhecer]. Por que eu to parecendo meio esquizofrênica? [porque talvez seja mesmo]. Eles desistiram. Com razão. Eles são mais espertos que a maioria. Mas e se eu dissesse que talvez tenha jeito? Eles mudariam de idéia?