quinta-feira, janeiro 04, 2007

E tudo recomeça...

Mais um ano inteiro pela frente, repleto de possibilidades e de novos planos. Mais um ano de agonia na expectativa de um estágio ou de ganhar milagrosamente uma bufunfa gorda na megasena, ou quem sabe ainda um restinho de esperança menos pretensiosa de que aquela grana que a mamãe tem pra receber na justiça do trabalho há anos saia . No segundo dia do ano minha rinite alérgica já veio me desejar um feliz ano novo e me lembrar q ela está aqui, firme e forte, me fazendo espirrar até meu cérebro mudar de lugar dentro do crânio e meu nariz ficar tão vermelho a ponto de eu parecer uma das renas do Papai Noel. (pras festividades da época, é até sugestivo!).

Nesse ano não desejei nada, só relaxei e deixei o primeiro dia do ano chegar, isento de promessas que eu não possa cumprir. Acho que esse é o segredo, pois todo ano prometo estudar mais e comer menos, ser menos carente e mais legal, ser mais extrovertida e decidida e menos bicho do mato e vacilante e SEMPRE prometo emagrecer e NUNCA consigo, e este ano, justo este que não prometi nem ser uma boa cristã, comecei com o pé direito e dois quilos a menos. (muito reforçador!). Também estreitei os laços com meu avô, não que a gente não se falasse mais, mas não conversava mais. Há muito tempo deixei de escutar o que meu avô tinha pra dizer e ouvi cada palavra numa conversinha boa debaixo de chuva fina, e mesmo não concordando com mais da metade do que ele dizia, ouvia tudo com parcimônia e atenção, afinal quem sou pra querer mudar uma vida inteira de crenças que, apesar de tudo, são o que ainda o mantêm de pé. E nem precisei prometer nada. Eu só fiz.

É certo também que comecei o ano mais pobre, pois não tinha crédito nem pra desejar um ano novo mais ou menos pro pessoal, mas pensei em cada amigo querido, cada ente amado e pessoas que eu só conheço virtualmente, mas que de alguma forma estão próximas e desejei coisas boas e realizáveis pra todos eles (pra compensar os pedidos que não fiz pra mim) e pensei em como eles fazem da minha vida sem graça (às vezes) um lugar muito melhor e mais colorido, um lugar onde eu veja algum sentido pra minha existência. E não repensei sobre nada do que fiz ou do que se passou comigo. Tava com preguiça de ruminar lamentações, além de que coisas boas vêm á mente sem que precisemos fazer muito esforço, portanto, tudo o que fiz foi olhar para os ponteiros do relógio e esperar dar meia noite, a porta de entrada para o primeiro dia de novos projetos. Pela primeira vez não senti nada estranho, não senti nada mudar dentro de mim, nenhuma pontinha de frio na barriga ou expectativa, era só mais uma meia noite e mais um 1º de janeiro.
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Mesmo não acreditando mais em superstições, principalmente as de fim de ano, resolvi dar o braço a torcer e virei o ano toda de cor-de-rosa
, parecendo um sorvete de groselha gigante. Tudo isso por que, segundo minha melhor amiga, preciso arrumar um namorado este ano, custe o que custar (mesmo que o custo seja meu bom senso!), o que pra mim é um pedido questionável, já que não sei o que vou encontrar pela frente. O fato é que ainda não descobri se os homens são um mal necessário ou um bem desnecessário... e vou continuar sem saber, pelo andar dessa carruagem de abóbora! Á meia noite a mesma amiga me ligou pra desejar “tudo de bom” e me avisou que na verdade rosa trazia amor universal e que eu deveria estar usando vermelho. Àquela altura do campeonato já não fazia mais diferença...tanto fazia a cor da roupa que eu tava usando, se eu não fizer por onde não vou conseguir seduzir nem o carteiro.
Enfim...o ano tá só começando...vamos ver no que vai dar, sem ansiedade ou desespero pra coisa alguma...portanto...esperemos...apesar de eu detestar esperar, mas esperemos!