sábado, abril 21, 2007

Sobre "relacionamentos informais"


Já passou, já passou. Quem sabe outro dia...

Sereníssima- Legião Urbana.


Na era dos relacionamentos descartáveis eu tentei outras possibilidades, as minhas pelo menos, e arrisquei ser alguém que satisfizesse mais a mim e aos outros. O lema era: sem compromisso, sem expectativas...Carpe Diem!!!. Não preciso nem dizer que não deu certo. A idéia era não esperar nada, nem fazer cobranças, já que não se tratava de algo formalizado. Ficou tudo na teoria, na esfera das suposições. Eu me atrapalhei ao fingir ter a autoconfiança que nunca possuí e minha insegurança me desmascarou no ato. Mostrei ser uma canastrona (o feminino de canastrão é mesmo canastrona???) de quinta ao tentar demonstrar desapego. Não consegui levar muito á serio os pré-requisitos básicos pra manter um relacionamento informal. No fim das contas não foi muito funcional, mas experiência de vida é experiência de vida. Há certa altura, eu já não sabia mais qual era o objetivo de tudo aquilo, afinal, qual é o propósito de manter um relacionamento no qual não se investe?

É muito cômodo pra parte mais preguiçosa ou (supostamente) descomprometida não se entregar totalmente, não ceder tudo o que pode, nem investir tudo o que tem disponível. “Relacionamento sem aposta é improdutivo e sem valor”. Eu repito isso todos os dias como um mantra, mas mesmo assim não consegui acreditar piamente que possa dar certo um dia. Acho que ainda sou muito egoísta e covarde pra apostar em algo que possa minar minhas defesas tão bem construídas. Eu tentei e não consegui porque simplesmente não quero abrir mão do que já tenho. Enfim, foi uma possibilidade frustrada de viver de outra forma e possibilidades desfeitas sempre geram luto (que já foi elaborado com sucesso, acho!).

A gente acaba inventando uma série de pequenos empecilhos, que de maneira eufêmica, chamamos de critérios. Eu ainda acho que eles são necessários, nem que seja pra orientar certas atitudes. Mas o pior de tudo é se ver burlando as regras que você mesma criou só pra não ficar sozinha e é por isso que flexibilidade e jogo de cintura são medidas urgentes nesse momento. (utilizar esse argumento pra racionalizar o fato de que você feriu seu próprio código de honra pra estar acompanhada também é muito eficaz!) Relacionar-se é um risco, apaixonar-se também, é estar passível a submeter-se a tudo o que sempre criticou e eu que arrisquei poucas vezes na vida, continuo esperando o momento adequado. Se isso é saudável, eu não sei, mas é seguro. A questão é que meu coração é relativamente inexperiente e até teimoso, mas aprende rápido e é resiliente (até o momento!). Não desistiu de tentar, só age com cautela. Sei que existe algo latente aqui, algo adormecido, louco pra ser despertado. Deve ser a psicose.

Mas, enfim...

Pensando bem, acabo de corroborar minha teoria de que nem todo mundo consegue ser bem resolvido em todo tipo de relacionamento. No campo amoroso sou um fiasco e não me envergonho de admitir que não aprendi durante minha vida simplória a lidar com certas situações, a ser serena e dizer (e fazer) sempre a coisa certa pra manter os vínculos. Assumo minha parcela de responsabilidade e minha falta de habilidade com o sexo oposto. Se alguém conhecer algum curso do tipo: "Aprenda a cultivar um romance sem enlouquecer a si e aos outros". Por favor, avisem!