quinta-feira, outubro 19, 2006

Sobre a vontade de que as histórias de amor dessem certo como imaginamos...


"isto é, se for, aquilo que chamam amor..."
LULU SANTOS

Passei a última semana entretida com uma causa nobre. Banquei a “super heroína protetora das histórias de ‘amor’ em potencial” e viajei com uma amiga pra um lugarzinho longe e bonito, onde seu “príncipe sem cavalo branco” (pra ser mais especifica era uma moto) a esperava ansiosamente.

O nome do lugar é Remanso, uma cidadezinha romântica do interior da Bahia, possuidora de uma paisagem bucólica e apaixonante (literalmente), onde tudo é inspirador pra quem está aberto a compartilhar daqueles sentimentos que provocam todo tipo de reação orgânica (e psicológica), desde o mais elementar frio na barriga (provocado pela porcaria da angústia que a insegurança traz) até as palpitações e tremores no corpo todo (tudo comprovado empirica e cientificamente).

Ah!...antes de mais nada, gostaria de responder ás perguntas cheias de curiosidade e ávidas por algo surpreendente: NÃO! Eu não “fiquei” com ninguém. A cidade era romântica, mas não pra mim. É que eu sou meio incompetente, um fiasco no que diz respeito á namoro. Não tenho jeito pra seduzir e até acho que estou ficando insociável pra esses relacionamentos breves, talvez pelo fato de existir num universo que só faz sentido pra mim. Pode até ser que num dia de desespero (mais por imposição dos outros do que minha) eu recorra a um desses clássicos de auto-ajuda (que eu detesto por reduzir a vida das pessoas a um conjunto de regras tolas que “ensinam” como ser feliz em dez passos e isso sim seria heroísmo) tipo: Como Seduzir um Homem em Dois Segundos ou Como Seduzir um Homem em Dois Segundos e Mantê-lo pelo Resto da Vida!

É que ás vezes me sinto um ET vendo a frustração no rosto dos outros (que o diga a mamãe!) quando falo que sou solteira por convicção. Por incrível que pareça, ainda existe romantismo nesta alma, só que de uma outra forma, de um jeito que possa me defender de expectativas desnecessárias e como neurótica que sou, preciso de minhas defesas pra não sucumbir às exigências que não consigo cumprir. Mas deixemos esses assuntos pessoais sem importância de lado e nos atentemos aos relacionamentos mais interessantes (os dos outros).

Aceitei o convite e senti-me feliz com a sensação de estar ajudando alguém querido e em falta com outra pessoa, também querida, por não estar presente em seu aniversário. Essas coisas sempre acontecem comigo, logo comigo, que tenho pavor de fazer escolhas, mesmo sabendo que terei que fazê-las pelo resto de minha medíocre vida. (e não sei por que ainda não me acostumei!). Eram dois amigos do peito que, de certa forma, precisavam de mim (longe de parecer presunçosa) e eu tive que optar. Na realidade, não sei se optar seria a palavra mais adequada, já que não preteri ninguém, só ponderei as necessidades de cada um.

Um tinha um dia no calendário pra comemorar mais um ano de existência nesse mundo. A outra tinha três dias pra saber se seu amor valia mesmo a pena. Pra um eu dedico os melhores pensamentos e desejos de felicidade todos os dias, sem precisar de uma data específica pra isso. Á outra eu quis, mesmo que indiretamente, ajudar a proporcionar o prazer de sentir-se amada e desejada com reciprocidade pelos mesmos desejos e pensamentos e por que achei que ela merecesse saber o quanto é bom, ainda que não saiba disso por conhecimento de causa. Mas pra que a minha imaginação serve se não for pra supor essas coisas?.

Não sei dizer se era amor, era um sentimento parecido, algo que também cortava o peito de ansiedade e vontade de estar junto, e mesmo não sendo esses romances exagerados inventados em novela mexicana (como: “eu vou te amar pra sempre, ou te amo com todas as forças do meu ser”...típico), era o que podia ser oferecido no momento e era bonito de ver. Parecia ser, sobretudo, a busca de algo que pudesse ser compartilhado com serenidade e que pudesse aliviar as inquietudes que a procura desperta. Um sentimento que irradiava uma beleza que vinha naturalmente de dentro, um brilho no olhar difícil de descrever. Era a vontade de experimentar o diferente, o novo e de certa forma, o desejado. Era jeito de gente disposta a se entregar e a aceitar a entrega do outro.

Ela fez um grande gesto e ele aceitou retribuindo cada dia com atenção admirável e declarações de amor que a deixavam confiante de seu afeto. Cada um fazia sua parte pra construir a história que achavam possível de existir. O tempo era curto, menos do que realmente necessitavam, mas nada do que viveram nesse tempo foi em vão.

Na despedida desses dias apaixonados sobrou alguma coisa parecida com saudade e lágrimas nos olhos, já que não se podia fazer mais nada além de ruminar boas lembranças. Sobrou a felicidade de se sentir fazendo parte da vida e do coração de outra pessoa e a esperança (minha e deles) de que histórias de amor possam mesmo dar certo na vida real.

4 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, vou ser a primeira!! Que honra!!!
Hoje estava comentando com o Neto o quanto é difícil comentar em blogs. Principalmente no teu e no dele, pois tudo que eu penso em escrever você escrevem no texto.Aí se eu comentar vai ficar repetitivo e clichê. Mas sempre me faz bem ler o que você escrevem, porque de certa forma, vem direto pra mim. TE AMO MUITO!!!!
Beijos!!!!!!

Anônimo disse...

wow amiga!!!!!
eu nem sei como te agradecer por esse sacrificio que vc fez,mas vou considerar como mais uma grande prova da nossa amizade.Espero retribuir sempre.
Que linda essa historia de amor...rs
Me emocionei com sua descrição,e vc sabe que eu sempre acredito no amor.
Te amuuuuuuuuu!
beijos

Anônimo disse...

Uhnnnnnnnnnn...
Relaxa, que eu entendo suas escolhas!

Tá lindo o texto!

Bjo!

Danilo de Sá disse...

que romantismo! mesmo que seja sobre outra pessoa, ainda assim é muito seu pois sao suas impressoes que fizeram daquela paixao um colorido (e vivo). quanto à"incompetencia no assunto amor" ...ah deixa de onda muilher vpcce é de uma beleza estonteante e que se nao du certo é pq ainda nao esta na hora. mas muitos homens gostariam sim de estar a sua companhia pois vc é simples, de uma alegria cintagiante, piadista e tudo mais o quanto se poderia adimirar numa mulher. fico um pouco constrangido, mas sao sinceras palavras de um amigo mesmo que as vezes tao proximo e ao mesmo tempo distante. adorei a maneira de discorre o texto com tamanha desenvoltura hilarica e seria. que nos deixa algumas reflexoes acerca do amor oui formas "padrônicas" de amar mesmo que na pespectiva do outro. um beijao seu amigo. Apolo