segunda-feira, outubro 30, 2006

Sobre as variações do humor feminino!

"Mulher é bicho esquisito: todo mês sangra!"
Rita Lee
SIM! Eu sou uma mulher complicada e histérica (no sentido psicanalítico da palavra) como muitas outras por aí. SIM! Eu fico Totalmente Pirada e Maluca uma vez por mês e a culpa não é só minha. Eu tenho uma porção de hormônios tão complicados quanto, que contribuem com uma parcela significativa de responsabilidade nestes surtos psicóticos mensais.

E não é mera justificativa p’ras minhas mudanças repentinas de humor, juro! Até eu fico assustada com certas ocasiões que me fazem pensar em assassinato num instante e no outro seguinte, desejar a paz mundial, o fim da fome e chorar ouvindo música melosa.

Estes são os mesmos motivos que me fazem querer MUITO estar com alguém em certos períodos e em outros, mais serenos, querer realmente estar sozinha, feliz com as contingências que me são oferecidas pra administrar. Apesar de insano, bizarro e até inacreditável é tudo possível, por que sou uma mulher de fibra e tenho que conseguir alcançar minhas metas. E minha meta é aprender a estar realizada, ainda que sem um homem pra chamar de meu.

É só uma questão de realizar um trabalho interno pra acreditar piamente nos argumentos que criei pra reger minha própria vida e pra me defender. Tenho plena consciência de minha responsabilidade em relação a isso. Eu acredito em mim (ás vezes...quando convém, como agora). Além de toda essa problemática, a mamãe me ensinou a não confiar muito em qualquer animal bípede que tenha pelo menos um cromossomo Y e prometa amor eterno. (desculpem a generalização, mas foi assim que aprendi!).

Portanto, como vêem, tudo faz parte de uma junção de fatores como postura defensiva, crenças construídas e surtos psicóticos, os mais variados e esquisitos. Alguém, por caso, sabe dizer o que faz uma mulher perder o senso de tudo nessa vida (amor próprio, direção, discernimento...) ao se deparar com situações cotidianas enlouquecedoras, sobretudo envolvendo o sexo oposto?
Resposta: distúrbios hormonais e ataques de fúria desencadeados por falta de sensibilidade masculina. Afinal, o que custa ao filho da mãe reconhecer que todo o ritual de beleza pelo qual somos obrigadas a passar não é em vão.

Viram? Tudo totalmente explicado. É por isso que uma mulher na TPM pode usar seu “estado crítico“ como álibi caso cometa algum crime. Lembrem-se que assassinato é uma das possibilidades que pairam por nossas cabeças perturbadas.

E se a situação não é necessariamente com a gente, nada impede que transfiramos nossas energias pra assuntos referentes ás companheiras que precisam de nosso apoio, numa atitude declaradamente coorporativista de “uma mão lava a outra”. Assim, todo o ódio pelo ex-namorado da sua melhor amiga, aquele desgraçado/ crápula/ filho da puta (e outros tantos adjetivos pejorativos que nem vale a pena citar) que a fez chorar “lágrimas de sangue” (parece que nesse momento está tudo relacionado mesmo com sangue) é potencializado nesse período. Sem contar que os pensamentos homicidas nefastos a seu respeito não são descartados em nenhuma hipótese, bem como desejos mórbidos e fervorosos de que o canalha desapareça da face da terra num estalar de dedos.(ah, se eu pudesse!).

É óbvio que, na maior parte das vezes, tudo isso fica restrito apenas ao âmbito da imaginação. Podemos até ser assassinas em potencial, mas também somos histéricas e as condutas sociais interferem com sucesso em qualquer prática delituosa que, por ventura, venha a ser planejada. (preferimos ser SEMPRE as vítimas.)

Por isso, rapazes, não se preocupem. O tempo de duração desses “surtos”, por assim dizer, são curtos e só acontecem uma vez ao mês. Como disse, a maioria dos planos maquiavélicos de vingança fica só no pensamento e toda a energia agressiva é escoada pra outros fins (bonecos de vodu também ajudam bastante). Se tudo ficar potencialmente perigoso e ninguém souber como intervir, é importante deixar claro que crises de choro sem motivo aparente, hipersensibilidade e ataques violentos á integridade física e moral podem ser satisfatoriamente amenizadas e até cessadas com uma boa e (grande) barra de chocolate!
Por isso, nada está realmente perdido!!!!

quinta-feira, outubro 19, 2006

Sobre a vontade de que as histórias de amor dessem certo como imaginamos...


"isto é, se for, aquilo que chamam amor..."
LULU SANTOS

Passei a última semana entretida com uma causa nobre. Banquei a “super heroína protetora das histórias de ‘amor’ em potencial” e viajei com uma amiga pra um lugarzinho longe e bonito, onde seu “príncipe sem cavalo branco” (pra ser mais especifica era uma moto) a esperava ansiosamente.

O nome do lugar é Remanso, uma cidadezinha romântica do interior da Bahia, possuidora de uma paisagem bucólica e apaixonante (literalmente), onde tudo é inspirador pra quem está aberto a compartilhar daqueles sentimentos que provocam todo tipo de reação orgânica (e psicológica), desde o mais elementar frio na barriga (provocado pela porcaria da angústia que a insegurança traz) até as palpitações e tremores no corpo todo (tudo comprovado empirica e cientificamente).

Ah!...antes de mais nada, gostaria de responder ás perguntas cheias de curiosidade e ávidas por algo surpreendente: NÃO! Eu não “fiquei” com ninguém. A cidade era romântica, mas não pra mim. É que eu sou meio incompetente, um fiasco no que diz respeito á namoro. Não tenho jeito pra seduzir e até acho que estou ficando insociável pra esses relacionamentos breves, talvez pelo fato de existir num universo que só faz sentido pra mim. Pode até ser que num dia de desespero (mais por imposição dos outros do que minha) eu recorra a um desses clássicos de auto-ajuda (que eu detesto por reduzir a vida das pessoas a um conjunto de regras tolas que “ensinam” como ser feliz em dez passos e isso sim seria heroísmo) tipo: Como Seduzir um Homem em Dois Segundos ou Como Seduzir um Homem em Dois Segundos e Mantê-lo pelo Resto da Vida!

É que ás vezes me sinto um ET vendo a frustração no rosto dos outros (que o diga a mamãe!) quando falo que sou solteira por convicção. Por incrível que pareça, ainda existe romantismo nesta alma, só que de uma outra forma, de um jeito que possa me defender de expectativas desnecessárias e como neurótica que sou, preciso de minhas defesas pra não sucumbir às exigências que não consigo cumprir. Mas deixemos esses assuntos pessoais sem importância de lado e nos atentemos aos relacionamentos mais interessantes (os dos outros).

Aceitei o convite e senti-me feliz com a sensação de estar ajudando alguém querido e em falta com outra pessoa, também querida, por não estar presente em seu aniversário. Essas coisas sempre acontecem comigo, logo comigo, que tenho pavor de fazer escolhas, mesmo sabendo que terei que fazê-las pelo resto de minha medíocre vida. (e não sei por que ainda não me acostumei!). Eram dois amigos do peito que, de certa forma, precisavam de mim (longe de parecer presunçosa) e eu tive que optar. Na realidade, não sei se optar seria a palavra mais adequada, já que não preteri ninguém, só ponderei as necessidades de cada um.

Um tinha um dia no calendário pra comemorar mais um ano de existência nesse mundo. A outra tinha três dias pra saber se seu amor valia mesmo a pena. Pra um eu dedico os melhores pensamentos e desejos de felicidade todos os dias, sem precisar de uma data específica pra isso. Á outra eu quis, mesmo que indiretamente, ajudar a proporcionar o prazer de sentir-se amada e desejada com reciprocidade pelos mesmos desejos e pensamentos e por que achei que ela merecesse saber o quanto é bom, ainda que não saiba disso por conhecimento de causa. Mas pra que a minha imaginação serve se não for pra supor essas coisas?.

Não sei dizer se era amor, era um sentimento parecido, algo que também cortava o peito de ansiedade e vontade de estar junto, e mesmo não sendo esses romances exagerados inventados em novela mexicana (como: “eu vou te amar pra sempre, ou te amo com todas as forças do meu ser”...típico), era o que podia ser oferecido no momento e era bonito de ver. Parecia ser, sobretudo, a busca de algo que pudesse ser compartilhado com serenidade e que pudesse aliviar as inquietudes que a procura desperta. Um sentimento que irradiava uma beleza que vinha naturalmente de dentro, um brilho no olhar difícil de descrever. Era a vontade de experimentar o diferente, o novo e de certa forma, o desejado. Era jeito de gente disposta a se entregar e a aceitar a entrega do outro.

Ela fez um grande gesto e ele aceitou retribuindo cada dia com atenção admirável e declarações de amor que a deixavam confiante de seu afeto. Cada um fazia sua parte pra construir a história que achavam possível de existir. O tempo era curto, menos do que realmente necessitavam, mas nada do que viveram nesse tempo foi em vão.

Na despedida desses dias apaixonados sobrou alguma coisa parecida com saudade e lágrimas nos olhos, já que não se podia fazer mais nada além de ruminar boas lembranças. Sobrou a felicidade de se sentir fazendo parte da vida e do coração de outra pessoa e a esperança (minha e deles) de que histórias de amor possam mesmo dar certo na vida real.

sábado, outubro 07, 2006

Legião Genérica...


“Sou um animal sentimental, me apego facilmente ao que desperta o meu desejo...”
Sereníssima; LEGIÃO URBANA



Ontem á noite fomos todos ao show que julguei ser o que salvaria meu ânimo depois dos últimos programas, não tão bem sucedidos, devido a uma espécie de falta de boa vontade coletiva.
Já que nunca tive oportunidade de ir a um show da Legião, por causa (principalmente) da minha pouca idade na época, quis saber como seria cantar as músicas que mais gosto num show genérico, ainda mais por que soube que teríamos a ilustre presença de um dos integrantes da banda ainda vivos. (na verdade os integrantes vivos são maioria, uma vez que só um morreu de um grupo de três...).

Pra falar a verdade não botei muita fé no cidadão (Marcelo Bonfá) que mais parecia querer divulgar seu próprio trabalho que fazer um tributo ao colega de banda morto há dez anos. O cara é bonitinho, bem do jeito que eu imaginava e é jovem ainda. Até elaborei uma teoria cretina de que ele e o Dado Villa Lobos tomam pílulas com formol e ervas rejuvenecedoras na composição (se é que é mesmo possível, mas é minha imaginação ora... por que eles não envelhecem? Alguém têm uma explicação melhor?). Musicalmente falando (não que eu seja expert!) não achei muita vantagem e até já tinha ouvido falar mesmo que o Renato só tinha contratado ele por que era charmoso e bonitinho (faz sentido!).

Esquecendo o Bonfá, tentei entrar no clima ao qual havia me proposto e unida a meus colegas em semelhança de gosto musical cantei do fundo da garganta e do coração Faroeste caboclo, Quase sem querer, Índios, Pais e filhos; hinos que todo fã que se preze tem a obrigação de conhecer. (só faltou minha música preferida: SERENÍSSIMA, citada na abertura do texto. Aliás, faltaram várias, mas deixa pra lá... Mas fiquei contrariada por não poder cantar minha parte preferida da música que diz assim: “minha laranjeira verde por que está tão prateada? Foi da lua desta noite ou do sereno da madrugada? Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço, enquanto o caos segue em frente com toda calma do mundo”...adoro por que não faz sentido algum ). Tentando abstrair o som ruim e os empurrões, exorcizei meus demônios, emocionadamente, lamentando inclusive ter nascido na época errada (o que só intensificou meus sentimentos de deslocamento com relação a esse mundo medonho que o Renato sempre descrveu tão bem por conhecimento de causa!!!).

Lamentei, sobretudo, não curtir como queria as canções que embalaram meu coração adolescente (partido, na maioria das vezes) durante tanto tempo e continuam me ajudando a falar de mim quando não sei. Senti saudade de tanta coisa que nem vivi e de outras que cheguei até a vivenciar, mas não do jeito que realmente gostaria (o que não é novidade alguma pra uma sempre insatisfeita...). Mas eu estava com amigos queridos, onde me sentia bem, ouvindo as músicas que quero e gosto...portanto, sem reclamações. Na verdade, eu nunca reclamo, só deixo minhas impressões registradas.

E terminando com uma frase sobre a vida e seus percalços daquele ao qual o tal “tributo” foi dirigido (e ele os conheceu bem...), despeço-me desejando que um dia tenha calma pra viver do jeito que me for mais proveitoso...

“Viver é uma dádiva fatal. No fim das contas ninguém sai vivo daqui, mas vamos com calma!”
SÓ POR HOJE.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Querer é, necessariamente, conseguir?

“Já perdemos muito tempo brincando de perfeição. Esquecemos o que somos: simples de coração...”

ENGENHEIROS; SIMPLES DE CORAÇÃO.




Acho que ás vezes minha imaginação fértil mina possiveis relacionamentos interpessoias, principalmente namoros.

É impressionante como sempre escolho à dedo quem me rejeita e como boa estudante de Psicologia que sou, interpretei que isso possa ser atribuido ao fato de eu não querer ser correspondida, não que eu seja conscientemente masoquista. Refiro-me às não intencionalidades da coisa toda, o plano inconsciente da questão. Então eu siigo a dinâmica do auto-boicote; evito me envolver pra não ter que conviver com a realidade que não me satisfaz, por que eu sempre quero o sonho!

O problema é que minha vida já é tão comum que desejo que tudo o que nela aconteça seja o mais extraordinário e incrível possivel. Resultado de anos a fio vivendo no mundo das novelas mexicanas e seriados. E se me perguntassem qual seria minha ideía mais bonita de romance eu diria que eu quero que alguém goste tanto de mim a ponto de seu coração doer e que seja recíproco, prazer do qual jamais desfrutei. Quero pequenos sacrificios criativos como os de Amélie por Nino em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Claire por Drew em Tudo acontece em Elizabethtown ou ainda os pequenos desencontros de Oliver e Emily em De repente é amor, feitos por um rapaz simples e espirituoso, espontaneamente romântico e doce, com cabelos encaracolados quase dourados e olhinhos cintilantes e coloridos!

Quero ainda pensamentos advinhados e declarações de amor através de palavras não ditas , mas por um olhar cúmplice, cheio de intenções apaixonadas, com um belo fundo musical imaginário e beijos roubados quando menos esperar. Quero grandes surpresas em simples gestos, pois apesar de todo enfeite e firulas imaginativas, ainda prefiro as coisas simples. Quero um show pirotécnico, borboletas no estômago, extravagâncias amorosas que jamais cogitei experimentar. Quero mesmo os exageros que tornam tudo mais especial e “cinematográfico” por que a vida real não tem o mesmo sabor que uma fantasia bem elaborada. Quero formar com ‘ele’ um casal tão compatível que as pessoas se penalizem ao nos imaginar separados. Pura vaidade, eu sei. Mas quem pode me julgar por isso?

Sinceramente eu não faço idéia se o que eu quero existe, mas eu ainda acredito em todas as possibilidades, até as absurdas, porque desejar não custa nada, a menos que o desejo seja reprimido por seu superego, aí custa sua saúde mental. E eu realmente não me fio nesses devaneios que aparecem quando vou dormir pra continuar existindo. É só um desejo e eu não vivo em função dele (mecanismos de defesa ativados?). Outros relacionamentos me fazem muito feliz e eu não lamento estar só. É só um desejo, como o que tinha quando criança de querer casar com o John Malkovich ou com o Bryan Adams, ou de ter querido muito ir pra Disney aos 15 anos ou o de querer ganhar dez mil reais por mês com a profissão que escolhi. (definitivamente um SONHO!). Tudo isso pode não acontecer, mas se ainda existe uma possibilidade, por que não acreditar? Acho que é uma espécie de delírio psicótico, mas ás vezes é necessário dar vazão a certas loucuras.


terça-feira, outubro 03, 2006

Uma questão de fé...

"...é preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai alé do que se vê..."
LOS HERMANOS


É...acho que a tal da obrigação em manter o blog atualizado tá me pegando de jeito e, sinceramente, era a ultima coisa que eu queria. É que não quero nada escrito forçadamente e não é que eu esteja escrevendo por obrigação, só não sei como começar, por isso vou registrando quantas bobagens me vierem à mente e se qualquer trecho disto parecer paradoxal, não se assustem; sou paradoxal por excelência! Eu estava mesmo era esperando a inspiração vir, mas eu tenho preguiça até pra me manter inspirada e de repente lembrei que não sou escritora, então, que a porcaria da inspiração se dane!...

Tava aqui pensando a respeito de relacionamentos (todo e qualquer tipo) bem sucedidos e nos que sucumbem na própria dinâmica. Pensei, sobretudo, na fé que já não existe mais com tanta intensidade (em mim, pelo menos) e na angústia que persiste em ver tudo mudar tão rapidamente sem se estar preparada pra isso. É que ando cultivando uma espécie de “calo emocional” (essa expressão existe? ), meu amor ás causas perdidas anda meio cambaleante, frágil, quase moribundo. Mas prometi que não iria mais me consumir em desespero por causa do que não consigo mudar, o jeito é conviver com que sobra, com o inexorável. Não é conformismo, é só cansaço de uma luta vã. O fato é que minha intolerância a mudanças anda atrapalhando minha vida e abalando minhas crenças. Eu vivo atormentada pelo medo de me tornar uma descrente, logo eu, que sempre achei que tudo tinha uma solução no fim das contas, que sempre achei que tudo podia ser consertado (acho que tantos anos de novela mexicana deturparam meu senso de realidade).

Sentada á mesa da cozinha, numa boa conversa com dois bons amigos, (não sei por que, é sempre na mesa da cozinha que as maiores discussões são despertadas), após duas horas de idéias compartilhadas sobre a criação de nossos filhos, futuros sujeitos bem resolvidos (que utopia! Mas era meia noite e o sono já tomava conta de nossas mentes perdidas nesses devaneios), cidadãos responsáveis e acima de tudo, indivíduos conscientes, nos demos conta de que, se não podemos mudar o que já é fato, ainda há uma esperança de construir algo novo. E nesse sentimento de “incríveis salvadores de um mundo já sem jeito” passamos de um estado de descrença total pra outro de uma espécie de crença realista, isso em questão de minutos de mudança de perspectiva. (parece que tudo depende mesmo só de perspectiva! ).

Remoendo esses sentimentos estranhos, lembrei-me novamente da fé que insiste em querer me abandonar e me peguei com certa inveja dos que conseguem manter uma espera inabalável por algo que realmente julguem fazer sentido. Pensei nas grandes conquistas e sacrifícios homéricos realizados por quem merece ter o que desejou com parcimônia e serenidade, qualidades que me faltam no momento.

Foi com certo esforço que me lembrei também da tal da questão de perspectiva e tentei pensar, com o máximo de otimismo que ainda me restava, em boas probabilidades. Fazendo um balanço de tudo, vi o quanto um gesto tão simples como o de prestigiar a realização de um amigo querido faz diferença no que se concebe como um relacionamento bem sucedido e de como o testemunho de um olhar orgulhoso a quem se ama pode tornar tudo mais crível. De repente fui tomada pelo conforto de ter a certeza de que se pode confiar nas pessoas realmente significativas e que mesmo aquele seu amigo aparentemente anti-social pode ser incrivelmente doce e disposto a mudar pra agradar a quem vale a pena. E diante de todas essas felizes possibilidades vi que não há mesmo motivo pra que eu deixe de acreditar em tudo que sempre me satisfez e no que ainda estou longe de conhecer, mas que sei que é admissível e bonito...