sábado, julho 25, 2009

Sobre como ser um brócolis


"Você passou e riu. Me faz pensar que sim! Sempre quero alguém que jamais olhou pra mim"
VOCÊ TEM: GRAM

Ah! Então eu entendi tudo errado? Eu interpretei os sinais equivocadamente, foi isso? Droga, eu sempre recaio sobre os mesmos erros! Quer dizer que aquele filme que você sugeriu e me emprestou - que por sinal, detestei - não foi porque você queria saber minha opinião ou porque quis compartilhar algo pessoal comigo. E você tem namorada, não é? Não sabia! Quer dizer: eu não perguntei e você nunca disse porque não me deve satisfações, já que não faço parte da sua vida como supunha.
Nossa! Preciso sentar. Não sinto mais minhas pernas, o chão desapareceu sob meus pés e eu estou congelando. Tá frio aqui, não tá? Ou essa é só a estranheza do constrangimento? Eu me apaixonei de verdade por você, sabia? Por sua gentileza, seu senso de humor, sua inteligência. Só esqueci de averiguar se isso faria parte da sua realidade também! Esqueci de testar minha fantasia. Então era tudo platônico mesmo. Puta que pariu! Eu sempre faço isso, essa loucura toda. Tem um transtorno mental desse tipo, não tem? Erotomania, o nome, eu acho. Ou será que eu inventei isso também?
Bom. Já vou. Desculpa pelo incômodo e por minha oligofrenia, tá? A gente se vê. Ou melhor, não! É que vai dar trabalho desmontar o mundo lilás que construí pra nós dois: nosso noivado, casamento e tudo mais. Vai ser mais difícil com você por perto, entende? Não sejamos amigos, então. Preciso elaborar o luto. Vou fazer melhor, vou fingir que tudo isso não existiu. Refiro-me a essa conversa, porque o resto não existiu de fato. Eu nem sou humana!Eu sou um brócolis, na verdade. Já que, ao que parece, sou muito boa pra criar fatos e personagens, vou utilizar esse dom a meu favor pela primeira vez na vida. E não olha pra mim assim! Eu vou sobreviver. Eu sempre sobrevivo!

2 comentários:

Raimundo Neto disse...

Sou eu ou você aí nessa história?
Teu blog tá precisando de divulgação?
Qualidade escondida!

Anônimo disse...

Ufa! È mais comum do que eu pensava então. Consigo me sentir um pouco
menos "brocolis". Muito bom!