sexta-feira, setembro 17, 2010

Sobre dispositivos

"Não importa se só tocam o primeiro verso da canção. A gente escreve o resto sem muita pressa. Com muita precisão". (O Exército de um homem só - Engenheiros do Hawaii)



Dá vontade de chorar quando ouço minha professora de História da Educação. E não é só porque estou menstruada e vulnerável. É porque ela fala lindo. Ela é toda poética, sensível, artística e lírica. Ela fala com amor sobre tudo o que eu acredito e transborda esse amor em palavras bem colocadas. E é um amor tranqüilo, de voz baixa e mansa e não esse amor louco, ansioso, arrogante e pretensioso. E eu quero isso pra mim. Eu quero essa serenidade de quem sabe e não tem pressa em querer saber. Eu quero essa mansidão de conhecer com sentidos – tato, olfato, visão, paladar, audição – pra dar sentido. Eu quero saber ler nas entrelinhas e entender outras linguagens. Eu quero essa mansidão pra mim. Essa maciez de quem não tem pretensão de nada. Só quer sair do lugar.

Um comentário:

Raimundo Neto disse...

Ai! Que coisa linda, Janna!

Tu conseguiu ser tão poética quanto tua professora. E conseguiu isso sendo mansa, mansinha!

Beijo!