sexta-feira, novembro 12, 2010

A vida é curta. O problema é nosso. Aproveitemos!


O despertador tocou às 5:40. Olhou o horário no visor do celular e sentiu-se feliz por saber que teria mais 40 minutos de cochilo. Ensaiou levantar às 6:00, mas de fato só tirou a bunda da cama às 6:50. Arrastando-se tomou banho, café, vergonha na cara e coragem pra enfrentar o dia. Saiu de casa às 7:30. Chegou ao seu destino às 8:30, tomou um gole d’água e fez o roteiro das atividades da manhã porque prefere as coisas assim: sob controle. Sentou-se em frente ao computador às 9:00, posicionou-se para verificar seus emails, ler alguns blogs e consultar o Personare. Respirou fundo e dirigiu-se bravamente para o cumprimento de seu cronograma. Ao meio dia sentiu fome, cansaço e vontade de ir embora. Concluiu mais uma percurso maçante até chegar em casa, mas como sempre, perdeu o Yoshi e uma vida. Devido ao esgotamento físico e mental planejou tirar um cochilo de 30 minutos, 1 hora, no máximo, pra recarregar as energias antes de cumprir o cronograma de estudos. Dormiu por 3 horas. Acordou em pânico quando olhou pela janela e viu que já estava escuro. Sem mais o que fazer, reorganizou o cronograma de estudos de acordo com as horas que lhe sobraram. Lavou o rosto, comeu alguma coisa, ruminou sua culpa cotidiana pela tendência a procrastinar tudo, até fases do desenvolvimento e abriu um livro sobre “Focault e a educação”. Não conseguiu se concentrar, então tentou ler sobre “Deleuze e a educação”. Leu quatro vezes o mesmo parágrafo, sem, contudo, abstrair qualquer sentido. Resolveu que pra “dar um olé” na dislexia iria passar 20 minutos na internet. Nada demais: reverificar emails, ver se postaram coisas novas naqueles blogs, ver o que tava rolando no twitter, quem morreu, quem matou, essas coisas que nos dão inspiração pra continuar nossa saga. Não consultou o Personare novamente porque ele só faz consulta uma vez por dia. Não entrou no msn porque perde muito tempo, já que não consegue (de forma alguma) se despedir das pessoas, nem administrar 15 janelas piscando e gritando ao mesmo tempo. Mesmo assim, distraiu-se tanto na rede (a virtual não aquela que vocês estão pensando) que às 21:45 sentiu culpa pela milésima vez no dia. Foi quando resolveu repetir o mantra: “meu tempo é o tempo do mundo”; “meu tempo é o tempo do mundo”; “meu tempo é o tempo do mundo”; “meu tempo é o tempo do mundo”; “meu tempo é o tempo do mundo”; “meu tempo é o tem[...] ME L-A-S-Q-U-E-I!!! Aquele relatório é pra amanhã, não é? Lógico que é...quer ver? [...] Ai! Que susto. Não é não. È próxima quinta”. Mantra interrompido após o suRto às 21:46. Ás 21:47 concluiu que o tempo se esvaía muito “depressamente”. Olhando fixamente para a parede reorganizou mentalmente as pendências de seu cronograma. Transferiu tudo pro fim de semana que tem mais tempo. E porque já estava esgotada da rotina desde a queda do Muro de Berlim ou há uns 1000 anos, nem sabia mais. Pensou mais uma vez sobre sua procrastinação, sentiu culpa e amaldiçoou sua preguiça. Repetiu só mais uma vez “meu tempo é o tempo do mundo” e se preparou pra dormir ou pra assistir um seriado de mulherzinha pela 7ª vez.

FIM!

Moral da história: não adianta porra porcaria nenhuma planejar suas atividades em cronogramas se você não consegue cumpri-los. Até mesmo porque NUNCA dará tempo. Ou, resumindo: Um cronograma é apenas um cronograma!

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